O boom que aumentou o envolvimento do cidadão brasileiro no mercado de investimentos nos últimos anos alterou significativamente o perfil das pessoas que se expõem – por exemplo – aos ativos listados na B3. Essa mudança de perfil está muito clara nos números, mas também pode ser observada nas estratégias de comunicação dos influenciadores de investimento.
A razão para o movimento é simples. Afinal, um mercado que, segundo a B3, ganhou mais de 1 milhão de entrantes com idade entre 25 a 39 anos e ticket médio e começa a deixar o eixo da região sudeste para se pulverizar nacionalmente (Norte e Nordeste tiveram alta de 400% no volume de investidores entre 2018 e 2020) exige uma mudança de tom e de discurso de seus porta-vozes.
Lembra daquele tom formal que acompanhava os principais gurus do setor a até pouco tempo? Então, ele está dando lugar a uma comunicação que coloca os conteúdos em um plano mais leve e intimista entre o especialista e o seu público.
O perfil dos influenciadores de investimento
Em estudo divulgado no último mês de julho, a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) listou e analisou os influenciadores de investimento mais influentes do país. Ali, dentre os muitos insights oferecidos do trabalho, essa nova ‘pegada’ exigida pelo público foi – talvez – a mais relevante.
Ao levantar os influencers mais populares e atrativos em redes sociais como o Twitter, o Instagram, YouTube e Facebook, o trabalho tirou qualquer que o mercado de capitais tem se tornado produto da cultura pop.
Basta ver o ‘nome de batismo’ dos canais para se perceber o tom intimista e despojado como estratégia dos influenciadores de investimento.
No Twitter, o perfil Nath Finanças lidera com 477 mil seguidores. No Instagram, a liderança é de Carol Dias – de 6,9 milhões de seguidores. Enquanto o canal ‘Me Poupe!’, de Nathalia Arcuri, tem a dianteira com 6,48 milhões de inscritos.
O Facebook, por sua vez, tem na página da Empiricus – player mais tradicional – seu líder em popularidade com 1,1 milhões de curtidas. Já quando o assunto é número de interações, no entanto, o líder é a página ‘Economista Sincero’. Ou seja, outro a usar a informalidade como forma de conexão com o público.
Conteúdos refletem estratégia despojada
A estratégia de colocar das discussões sobre finanças como um assunto familiar vai, no entanto, para além do ‘nome dos canais’.
Exemplos não faltam de influenciadores de investimento aplicando este conceito nos seus conteúdos:
– A BIO do perfil ‘Nath Finanças’ destaca o gosto por atividades populares: “Amo rap e memes”;
– A Suno Research criou a ‘Copa Suno de Fundos Imobiliários’ em seu canal de YouTube para utilizar o futebol como ponto de contato com o novo perfil de investidores;
– O influenciador Thiago Nigro chama a presença de seu produtor – Kaique Torres – toda vez que quer quebrar o gelo e mostrar seu lado mais descontraído.
Estratégia pode ser replicada por agentes autônomos
Em resumo, os influenciadores de investimento estão mostrando o caminho para os profissionais da área. É preciso se aproximar do informal. Fazer do tema algo corriqueiro, buscando ganchos que tragam conforto e entendimento para pessoas que até pouco tempo não tinham a prática de aportar em seus horizontes.
Apostar nessas conexões comunicacionais com os novos investidores pode, inclusive, ser vital prospecção de novos clientes por partes de agentes autônomos.
Sobre isso, a Tamer realizou uma masterclass no último dia 10/11. Assista abaixo na íntegra: