“Telefone sem fio” não serve para o mundo corporativo!

“O óbvio precisa ser dito”, se existe frase mais sensata, desconhecemos. Essa brincadeira ilustra bem o sentimento que precisa estar em todo bom comunicador: conheça a sua audiência e fale de maneira a ser perfeitamente entendido, só assim será possível evitar ruídos de informação.  Essa máxima é especialmente relevante no mundo corporativo. Afinal, o consumidor contemporâneo se mantém de olho em todos os aspectos com os quais as empresas se conectam – e comunicam. 

Exemplo disso, é o fato de que, de acordo com estudo da Salesforce, 66% das pessoas deixam de comprar produtos ou serviços de alguma marca caso identifiquem que seus valores não estão alinhados aos do negócio¹.

Mas como atingir este nível assertivo de comunicação deixando sempre clara qual é o propósito da empresa?

O caminho começa por reconhecer que o momento de vida das pessoas, o contexto da informação e até a interação via tecnologia (e-mail, por exemplo) impactam a forma como um conteúdo é interpretado pelo receptor da mensagem.

Como evitar, então, o “telefone sem fio” no universo corporativo?

Gestão de projetos é um termo e, ao mesmo tempo, uma profissão. Trata-se de um especialista que orquestra o trabalho de diferentes áreas sempre à luz dos entregáveis e prazos combinados. 

Como nem sempre é possível lançar mão deste recurso, deve-se buscar alternativas para aumentar a eficiência da comunicação, evitando o tão famoso e prejudicial “telefone sem fio”, especialmente quando o trabalho envolve públicos como colaboradores, clientes, jornalistas e quem navega no ambiente digital.

Brandbook guia comunicação no mundo corporativo

Uma das boas práticas realizadas por empresas de médio e grande porte é a criação de um brandbook com, por exemplo, a forma como devem ser tratados os elementos da marca (logo, cores, formatos). Esse mesmo racional deve ser extrapolado para as áreas – quais são os processos mais básicos e que devem ser feitos rotineiramente? 

Position Paper

Documento que reúne as mensagens-chave e, em alguns casos, perguntas e respostas previamente desenvolvidas para os temas mais relevantes da companhia. O objetivo é homogeneizar o conhecimento sobre como a estratégia de negócios é derivada para o discurso na comunicação no mundo corporativo. Sem ele, há um grande risco de as interações limitarem-se a questões técnicas, sem construção de posicionamento e diferenciais junto aos públicos-alvo.

Esse material é altamente recomendado para marcas que atuam com diferentes verticais de negócios e, consequentemente, diversos executivos como fontes de informação para o mercado. Sem ele, o risco de prejuízos à reputação da empresa aumenta consideravelmente.

Q&A

Muito usado durante crises de imagem, deveria ser um documento padrão de todas as empresas. Com o mapeamento de temas e as melhores oportunidades de respostas (questions and answers, na sigla em inglês), os executivos têm em mãos uma riqueza de conteúdo que pode fazer grande diferença na percepção de mercado daquela companhia – desde que seja levado a sério, claro.

É um instrumento muito válido para agilizar também a comunicação no ambiente digital, ao não deixar seguidores das mídias sociais da marca sem resposta.

Treinamento de comunicação

Outro ponto que parece óbvio, mas precisa ser reforçado: não adianta ter uma “cartilha” de boas práticas, se as pessoas não tomam conhecimento ou não são treinadas para utilizá-la. Rapidamente, a “sopa de letrinhas” será esquecida, engavetada e a marca perderá todo o cuidado na construção de uma narrativa diferenciada. 

A recomendação é que todos os executivos de média e alta gestão passem por um media training com foco em apresentar e treinar estas mensagens. Para os demais colaboradores, é importante que tenham acesso a encontros periódicos para discutir temas previstos nestes conteúdos padrões da empresa. Só assim será possível estimular a mudança de comportamento e uma comunicação eficiente de fato.

De quem é a responsabilidade?

A produção deste tipo de material, costuma ser responsabilidade das áreas de Comunicação e Marketing, com maior expertise para o trabalho. Independentemente disso, precisaria ser um dever de todos os colaboradores o zelo para com as mensagens estratégicas e o cuidado com os elementos da marca (logo, aplicação das cores, fontes etc). Todos ganham com uma empresa forte e organizada, não é mesmo?

Esse tipo de conteúdo – assim como a atualização periódica e a definição dos melhores momentos onde cada informação deve ser empregada -, também são uma atribuição de agências e consultorias de comunicação. Quando essas atividades são realizadas fora dos “corredores do ambiente corporativo”, inclusive, é possível evitar vieses e supressões, buscando um trabalho ainda mais equilibrado e assertivo. Além disso, as consultorias de comunicação estão sempre atualizadas sobre as melhores práticas do mercado, beneficiando naturalmente seus clientes.

Entre ruídos e mensagens estratégicas bem estabelecidas, é óbvio que preferimos a segunda opção. Só que isso é uma verdade objetiva aí, na sua marca? Se não é, talvez seja hora de pensar e tomar uma atitude…

¹ https://marketeer.sapo.pt/dois-tercos-dos-consumidores-deixam-de-comprar-a-marcas-que-nao-tenham-os-mesmos-valores/ 

 

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