Com influenciadores, internet é um mar de oportunidades para quem trabalha com investimento

No último mês de setembro, um estudo da B3 confirmou uma tendência: os brasileiros estão cada vez mais abertos aos investimentos. De acordo com o levantamento, a Bolsa ganhou 1,25 milhão de novos investidores entre julho de 2021 e julho de 2022 – número que elevou em 40% o total de CPFs na B3, chegando ao total de 4,4 milhões. Este cenário impulsionou um verdadeiro boom de influenciadores especializados no segmento.

Apesar de significativo, no entanto, o crescimento observado está longe de representar o tamanho do potencial do mercado financeiro no país. Isso porque, ao ser cruzada com outros estudos recentemente, a pesquisa da B3 revela que existe um gap entre as pessoas que se interessam pelos investimentos e aquelas que realmente investem.

Exemplo disso são os números divulgados pela ANBIMA na terceira edição do relatório “FInfluence – Quem fala de investimentos nas redes sociais”.

Ao mergulhar no universo dos influenciadores digitais de investimentos, o trabalho da ANBIMA constatou que os 255 criadores de conteúdo mais relevantes do país somam 94,1 milhões de seguidores – número que representa um crescimento de 27%, em relação aos 74 milhões identificados na 1ª edição da pesquisa, em fevereiro de 2021.

Para refletir sobre maneiras de traduzir todo esse interesse dos investidores, analisamos três insights relevantes do estudo, que mede o comportamento de influenciadores e seus seguidores nas  redes sociais.

1 – Parcerias entre empresas, órgãos e influenciadores de investimentos ainda são tímidas

Com um universo de mais de 90 milhões de espectadores, seria natural que os perfis dos influenciadores de investimentos fossem vistos como canais de comunicação chave entre empresas e órgãos do mercado financeiro com possíveis novos clientes. Na prática, porém, isso ainda acontece de maneira tímida.

Segundo os dados do último levantamento da ANBIMA, apenas 60 (23,5%) dos 255 influenciadores mapeados já realizaram algum tipo de parceria desta natureza.

Ainda neste tema, é curioso notar que os bancos voltados especificamente ao segmento de investimentos e corretoras saem na frente na corrida por ocupar esses “novos espaços de mídia”, em relação aos chamados “bancões.

Entre os bancos mais tradicionais do país, apenas o Bradesco e o Itaú fizeram ações neste sentido no 1º semestre de 2022, atraindo, como parceiros, dois influenciadores de investimentos cada.

Já no âmbito dos que lideram as parcerias no ambiente digital, o BTG Pactual e a XP Investimentos são os que melhor aproveitam esse caminho. Entre janeiro e junho deste ano, o primeiro firmou parcerias com oito influenciadores digitais, enquanto o segundo foi parceiro de sete.

Além deles, dentre as 33 instituições que fizeram parcerias com influenciadores no período, apenas três firmaram parceria com mais de dois influenciadores: Avenue Securities, Clear Corretora e NORD Research.

2 – Público quer uma coisa, influenciadores pregam outra

Influenciadores de investimentos não são, na prática, vendedores de produtos financeiros. No entanto, boa parte deles se propõem a atuar como “conselheiros” sobre como seus espectadores podem maximizar seus investimentos. Tanto é assim, que cerca de 187 mil posts analisados no 1º semestre de 2022, 52,8 mil deles trouxeram menções a produtos de investimento.

Diante disso, é curioso notar o fato do relatório “FInfluence Quem fala de investimentos” nas redes sociais ter identificado um descolamento significativo entre os temas abordados pelos criadores de conteúdo e aqueles que geraram maior interesse entre seus seguidores.

Os produtos relacionados à renda variável conquistaram preferência absoluta entre os influenciadores, correspondendo a 71,6% de suas menções.

 

 

Em contrapartida, os espectadores deixaram claro que os produtos de renda fixa são a prioridade absoluta entre eles. Prova disso, é o fato dos posts relacionados a essa modalidade terem conseguido um engajamento 207% maior, em comparação aos que abordam a renda variável.

 

 

Acima de tudo, estudos revelam que há muita oportunidade para quem trabalha com investimentos

Ainda que mostrem uma baixa produtividade na tradução do interesse do brasileiro em investidores reais do mercado, os estudos da B3 e da ANBIMA deixam claro que existe um mar de oportunidades para ser explorado para quem trabalha com investimentos.

Neste ambiente, quem souber se posicionar nos canais digitais da maneira mais atrativa e conectada sairá na frente na disputa por clientes.

 

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