A capacidade de se conectar com o outro e estabelecer uma conversa fluida é a base para termos diálogos bem sucedidos no nosso dia a dia. Quando o assunto é relacionamento com a imprensa, porém, estar bem preparado para a pauta em questão e ter segurança quanto às mensagens-chave da empresa é tão importante quanto estes skills interpessoais.

Como você tem visto no nosso blog, a mídia espontânea gerada para as marcas é parte importante da estratégia de construção de awareness (visibilidade) de um negócio.

Sabendo disso, é fundamental que, ao conceder uma entrevista, o porta-voz esteja muito bem preparado para maximizar essas oportunidades. Esse é, inclusive, um dos pontos mais trabalhados em nosso Media Training. Por conta do longo relacionamento com a imprensa, desenvolvido ao longo das últimas três décadas, a Tamer já treinou mais de mil executivos de empresas dos mais variados portes e segmentos do mercado.

Neste conteúdo, você vai conhecer três dos pilares que costumamos apresentar em nosso Media Training com orientações para executivos conquistarem os resultados desejados sempre que estiver frente a frente com um repórter. Venha conosco!

1 – Entenda: o trabalho da imprensa é informar

Muitas entrevistas são conduzidas em um tom amistoso e, por conta disso, se encerram com a percepção de um momento prazeroso compartilhado entre repórter e porta-voz.

Não há nada de errado nisso. Pelo contrário, é até natural que isso aconteça, levando em conta que, quase sempre, os dois lados são humanos e podem se beneficiar mutuamente daquela conversa.

Acima desta cordialidade, no entanto, é preciso ter sempre em mente que o trabalho da imprensa é informar.

Ou seja: toda vez que conversa com um porta-voz de uma empresa, o repórter está indo atrás de conteúdos relevantes para a construção de sua narrativa e, claro, de uma notícia. Não por acaso ele costuma produzir uma pauta previamente, com perguntas que não podem deixar de ser feitas durante a entrevista.

Assim, os executivos devem encarar toda entrevista com essa mesma objetividade a fim de resguardarem os interesses legítimos da empresa (divulgar o posicionamento, novos produtos/serviços, discutir temas de mercado) e não serem pegos de surpresa durante o bate-papo com questões ligadas a temas sensíveis – e que também, deste outro lado, precisariam de um alinhamento prévio.

Algumas dicas importantes para isso são:

•  Conheça a pauta do jornalista e antecipe as perguntas que poderão ser feitas
• Prepare-se para responder as perguntas com segurança (voz, postura, roupas, ambiente)
• Entre os assuntos a serem abordados, liste aqueles que são mais sensíveis e estabeleça o tom mais adequado na hora de falar sobre eles, sempre alinhado com a Comunicação da sua empresa
• Fique atento às entrelinhas e, caso não tenha compreendido uma questão ou seu objetivo, peça ao repórter que a especifique

2 – Construa seu discurso em torno das mensagens-chave da marca

Estar em contato com a imprensa é um momento relevante para a construção de reputação e deve sempre ser tratada com todo o cuidado.

Portanto, é imprescindível que o porta-voz conduza a situação tendo as mensagens-chave da empresa como pano de fundo.

Isto é: ao representar o negócio em uma entrevista, é preciso transmitir a cultura e os valores corporativos, que estão à frente de sua posição como indivíduo – você é a empresa naquele momento.

É claro que essas mensagens devem ser transmitidas de uma maneira contextualizada, a fim de que o repórter possa considerá-las relevantes em um contexto macro, seja ele qual for. Caso contrário, podem ser excluídas da narrativa por considerá-las apenas ‘propaganda’.

Uma boa dica neste sentido é utilizar as mensagens-chave dentro dos exemplos nas respostas. 

Assim, ao responder uma pergunta sobre gestão, o porta-voz pode acrescentar à sua opinião adendos como “aqui, na nossa empresa, por exemplo, fazemos desta maneira e conseguimos estes resultados”.

3 – Fique atento aos dont’s e evite crises de reputação

a mesma maneira que pode trazer benefícios para a reputação, o relacionamento com a imprensa pode gerar crises e prejuízos quando conduzido de uma maneira inadequada.

Para evitar este efeito negativo, o porta-voz deve estar ciente dos dont’s da política de comunicação da empresa. Ou seja, o que foi definido como tema sensível e que não deve ser discutido, independentemente do motivo.

Nos nossos diversos media training, por exemplo, sempre orientamos os executivos a evitar entrar em temas polêmicos e ou comentar pontos não ligados à corporação ou ao seu mercado.

Na dúvida, se pergunte: isso que eu estou prestes a dizer, poderia ser transmitido em uma peça institucional da empresa? Se a resposta for sim, diga. Se for não, busque um outro caminho!

Afinal, nestas ocasiões, a fala do porta-voz é o posicionamento da empresa em si!